O texto que vamos explorar apresenta uma alegoria trazida pela palavra do Senhor a um profeta. O Senhor descreve uma grande águia que vem ao Líbano, arranca o mais alto ramo de um cedro e o leva para uma cidade de comerciantes. A águia também planta uma semente em solo fértil e a transforma em uma videira, lançando renovos e ramos. Em seguida, surge outra grande águia, para a qual a videira estende suas raízes e ramos, buscando apoio e rega.
Nesse contexto, o profeta é instruído a transmitir a alegoria à casa de Israel, revelando a mensagem profética por trás dos símbolos. É feita uma analogia com o rei de Babilônia, que tomou o rei de Jerusalém e seus príncipes, estabelecendo um pacto com um descendente da estirpe real. No entanto, esse descendente se rebela, buscando ajuda do Egito, rompendo o pacto e desafiando a fidelidade a Babilônia. O Senhor anuncia que o rei traidor será julgado e levado à Babilônia, e suas tropas serão derrotadas. Mas o Senhor também promete plantar um novo broto, um cedro excelente, no monte alto de Israel, trazendo vida e proteção para aqueles que se abrigarem sob seus ramos.
Ezequiel 17 – Versículos

Versículo 1. Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Versículo 2. Filho do homem, propõe um enigma, e profere uma alegoria à casa de Israel;
Versículo 3. e dize: Assim diz o Senhor Deus: uma grande águia, de grandes asas e de plumagem comprida, cheia de penas de várias cores, veio ao Líbano e tomou o mais alto ramo dum cedro;
Versículo 4. arrancou a ponta mais alta dos seus raminhos, e a levou a uma terra de comércio; e a pôs numa cidade de comerciantes.
Versículo 5. Também tomou da semente da terra, e a lançou num solo frutífero; pô-la junto a muitas águas; e plantou-a como salgueiro.
Versículo 6. E brotou, e tornou-se numa videira larga, de pouca altura, virando-se para ela os seus ramos, e as suas raízes estavam debaixo dela. Tornou-se numa videira, e produzia sarmentos, e lançava renovos.
Versículo 7. Houve ainda outra grande águia, de grandes asas, e cheia de penas; e eis que também esta videira lançou para ela as suas raizes, e estendeu para ela os seus ramos desde as aréolas em que estava plantada, para que ela a regasse.
Versículo 8. Numa boa terra, junto a muitas águas, estava ela plantada, para produzir ramos, e para dar fruto, a fim de que fosse videira excelente.
Versículo 9. Dize: Assim diz o Senhor Deus: Acaso prosperará ela? Não lhe arrancará a águia as raízes, e não lhe cortará o fruto, para que se seque? Para que se sequem todas as folhas de seus renovos? Não será necessário nem braço forte, nem muita gente, para arrancá-la pelas raízes.
Versículo 10. Mas, estando plantada, prosperará? Não se secará de todo, quando a tocar o vento oriental? Nas aréolas onde cresceu se secará.
Versículo 11. Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Versículo 12. Dize, pois, à casa rebelde: Não sabeis o que significam estas coisas? Dize-lhes: Eis que veio o rei de Babilônia a Jerusalém, e tomou o seu rei e os seus príncipes, e os levou consigo para Babilônia;
Versículo 13. e tomou um da estirpe real, e fez pacto com ele, e o juramentou. E aos poderosos da terra removeu,
Versículo 14. para que o reino ficasse humilhado, e não se levantasse, embora, guardando o seu pacto, pudesse subsistir.
Versículo 15. Mas ele se rebelou contra o rei de Babilônia, enviando os seus embaixadores ao Egito, para que se lhe mandassem cavalos e muita gente. Prosperará ou escapará aquele que faz tais coisas? Quebrará o pacto e escapará?
Versículo 16. Como eu vivo, diz o Senhor Deus, no lugar em que habita o rei que o fez reinar, cujo juramento desprezou, e cujo pacto quebrou, sim, com ele no meio de Babilônia certamente morrerá.
Versículo 17. Não lhe prestará Faraó ajuda em guerra, nem com seu grande exército, nem com sua companhia numerosa, quando se levantarem tranqueiras e se edificarem baluartes, para destruir muitas vidas.
Versículo 18. Porquanto desprezou o juramento e quebrou o pacto, porquanto deu a sua mão, e ainda fez todas estas coisas, ele não escapará.
Versículo 19. Portanto, assim diz o Senhor Deus: Vivo eu, que o meu juramento que desprezou, e o meu pacto que violou, isso farei recair sobre a sua cabeça.
Versículo 20. E estenderei sobre ele a minha rede, e ficará preso no meu laço; e o levarei a Babilônia, e ali entrarei em juízo com ele por causa da traição que cometeu contra mim.
Versículo 21. E a fina flor de todas as suas tropas cairá à espada, e os que restarem serão espalhados a todos os ventos; e sabereis que eu, o Senhor, o disse.
Versículo 22. Assim diz o Senhor Deus: Também eu tomarei um broto do topo do cedro, e o plantarei; do principal dos seus renovos cortarei o mais tenro, e o plantarei sobre um monte alto e sublime.
Versículo 23. No monte alto de Israel o plantarei; e produzirá ramos, e dará fruto, e se fará um cedro excelente. Habitarão debaixo dele aves de toda a sorte; à sombra dos seus ramos habitarão.
Versículo 24. Assim saberão todas as árvores do campo que eu, o Senhor, abati a árvore alta, elevei a árvore baixa, sequei a árvore verde, e fiz reverdecer a árvore seca; eu, o Senhor, o disse, e o farei.
Ezequiel 17 – Explicação e Estudos
O texto em questão apresenta uma alegoria profética transmitida pelo Senhor a um profeta. Por meio de símbolos e metáforas, o Senhor descreve a vinda de uma grande águia ao Líbano, que representa a potência de Babilônia, e sua interação com um cedro e uma videira. A águia arranca o mais alto ramo do cedro, simbolizando a captura do rei de Jerusalém e seus príncipes por parte de Babilônia. Ela também planta uma videira em solo fértil, que representa um pacto estabelecido com um descendente da estirpe real.
No entanto, a alegoria revela a traição desse descendente ao romper o pacto e buscar apoio do Egito, desafiando assim a fidelidade a Babilônia. O Senhor adverte que o rei traidor será julgado e levado à Babilônia, sofrendo derrota e perda de suas tropas. A mensagem central do texto é a punição divina contra a infidelidade e a traição, assim como a promessa de que o Senhor plantará um novo broto, um cedro excelente, no monte alto de Israel. Esse novo cedro representa a restauração e a bênção divina, oferecendo proteção e abrigo para aqueles que se refugiarem em sua sombra.
Essa alegoria pode ser interpretada como uma advertência para o povo de Israel, revelando as consequências da desobediência e da falta de confiança em Deus. A traição do descendente da estirpe real representa a quebra do relacionamento de aliança entre Deus e seu povo escolhido. A imagem da águia, que é um símbolo de poder e domínio, destaca a soberania de Babilônia sobre Israel e a punição iminente. No entanto, o Senhor demonstra sua fidelidade ao prometer a restauração e a proteção por meio do novo cedro plantado.
Essa alegoria também pode ser aplicada a situações contemporâneas, lembrando-nos da importância de honrar nossos compromissos, manter a lealdade e confiar na providência divina. Ela nos alerta sobre as consequências negativas da traição e da busca de apoio em fontes equivocadas, além de nos lembrar da promessa de que Deus está disposto a restaurar e abençoar aqueles que se arrependem e colocam sua confiança nele. O texto nos convida a refletir sobre a importância da obediência e da dependência em Deus, destacando a justiça divina e a esperança de redenção.
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